Liberdade da Escravidão do Pecado: João 8: 31-36

João 8: 31 - 36
No dia 21 dia de abril, celebrou-se no Brasil o Dia de Tiradentes. Data está em homenagem a um dos personagens da Inconfidência Mineira, chamado Joaquim José da Silva Xavier.
Tiradentes, como assim ficou conhecido, lutou por um pais livre do domínio de Portugal e a sua luta o levou a ser julgado e sentenciado a forca no dia 21 de abril de 1792 e seu corpo esquartejado e cabeça exibida na praça principal da cidade de Ouro Preto.
Em 9 de dezembro de 1965, durante a primeira fase do regime militar no Brasil, o marechal Castelo Branco, então presidente da República, instituiu a Lei determinando o dia 21 de abril como feriado Nacional.
Este ano celebrou-se 50 anos desta lei e 223 anos da morte de Tiradentes. Como disse, a morte de Tiradentes foi objetivando a liberdade de uma nação que vivia debaixo do jugo de Portugal.
A liberdade é sempre o anseio de ser humano. O homem não gosta de ser escravizado. O domínio opressor não faz bem à vida humana e por isso, muitos homens e mulheres lutaram em busca da liberdade, seja ela política, social, econômica, religiosa, entre outras mais.

A bíblia nos fala sobre escravidão e liberdade. E ela apresenta uma perspectiva espiritual acerca destas realidades. Ou seja, existe uma escravidão na qual o ser humano está indiscutivelmente “aprisionado”, vivendo debaixo de seu jugo, que é a escravidão do pecado, assim como existe uma liberdade tão real que todos os que a experimentam declaram ser livres e, segundo a bíblia, definitivamente livres. E mais, segundo as escrituras essa liberdade também foi conquistada pelo preço de sangue. Não o sangue homens pecadores, mas o sangue do bendito Filho de Deus. O Deus homem que morreu para que tivéssemos vida e vida com abundância.

O que encontramos no texto de João 8 é uma rica apresentação dessas realidades eternas. Quais realidades?  Da indiscutível realidade da escravidão do pecado; da bela e gloriosa realidade da graça salvadora que liberta o homem da escravidão do pecado e o transforma numa pessoa espiritualmente livre e a sublime realidade de que esta liberdade foi conquistada por Jesus – o grande presente de Deus para a redenção de seu povo.
O que veremos agora é como a bíblia nos apresenta essas realidades. E ao estudarmos precisamos pensar em como estamos diante destas realidades: somos escravos do pecado ou pessoas livres pela graça salvadora de Deus em nós?
Estamos diante do texto sagrado e devemos, com temor e tremor, procurar ouvir a voz de Deus nos falando neste momento:

1 – O PECADO TORNOU O SER HUMANO ESCRAVO. V. 33, 34
O que percebemos no texto é a realidade de um povo que se considerava livre quando na verdade era escravo. Eles enfatizaram que nunca foram escravos de ninguém! Mas Jesus afirmou a realidade de uma escravidão na qual eles viviam sem, contudo, se darem conta.
Quantas pessoas são exatamente assim. Falam de liberdade, acreditam que são livres (talvez por serem independentes, donos de si, responsáveis pelos seus próprios atos) mas não percebem que podem ser escravos do pecado.
A bíblia diz que o pecado escraviza. O texto de João já vemos isso. Mas há outros textos, por exemplo:
Em romanos 6: 18 Paulo fala sobre as pessoas que antes eram escravas do pecado e por isso serviam ao pecado, mas que agora eram livres pela graça de Deus.
“E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.
Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. ” Romanos 6:17, 18.
A bíblia utiliza expressões bem interessantes para demostrar essa triste realidade da escravidão do pecado. Ela usa, por exemplo a expressão “morte espiritual”. E isso não é uma figura de linguagem. É uma realidade bíblica. Quem é escravo do pecado está morto espiritualmente. Vemos isso em João 8: 24 e Efésios 2:1
Morte espiritual
Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados. ” João 8:24
“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”. Efésios 2:1
Na prática uma pessoa pode ser cheia de vida física, estar em sua plena forma, ter uma vida dinâmica, ser alguém realizado na vida e mesmo assim está morto em seus delitos e pecados.
Cegueira espiritual
Está é uma outra forma de a bíblia apresentar quem é escravo do pecado. Tais pessoas, embora possam ter uma boa visão física e até mesmo ser um visionário, contudo está cega pelo fato de o entendimento não estar aberto para compreender as sagradas escrituras e assim ser salva.
Vejam que Jesus falou isso para os judeus.

Por que a minha linguagem não é clara para vocês? Porque são incapazes de ouvir o que eu digo. ”João 8:43.
Vejam que a questão aqui não é simplesmente porque o pregador não soube falar direito. Há algo mais profundo que impede a compreensão espiritual da bíblia. O pecado torna o homem incapaz de compreender as escrituras. As pessoas escravas pelo pecado ouvem a palavra de Deus, entendem o sermão, compreendem a história contada, mas não conseguem se render a Cristo. Não sabem, como ir a Cristo, mesmo sabendo que Ele é o Caminho. Sabem o caminho que conduz a Deus, mas não acertam o caminho, porque estão cegas em seus pecados. Somente a graça de Deus cura a cegueira espiritual.
Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto.
Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.
Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.
Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.”
2 Coríntios 4:3-6
Há outras formas de a Bíblia falar sobre essa triste realidade da escravidão do pecado. Mas acredito que estas duas nos são suficientes para o momento: o escravo pelo pecado é alguém morto e cego espiritualmente.
Mas vejam como isso se traduz na vida prática:

O pecado revela os seus escravos. Os escravos do pecado são pessoas que:
Em relação a vida moral: estão apegadas ao erro. De acordo com o texto, Jesus notifica algumas atitudes pecaminosas que aqueles homens estavam praticando.
  Eles estavam apegados a mentira, v. 44
  Eles estavam apegados a morte. Queriam matar Jesus, v.v., 37. 40
  Eles não conseguiam amar o Filho de Deus, v. 42


Em relação a vida religiosa: tais pessoas tem uma religiosidade vazia, sem transformação de vida, v. 21, 41, 42.
Afirmam que tem Deus como Pai, mas, as atitudes revelam serem filhos de outra pessoa, v. 44

Estamos diante de uma questão muito séria. A vida religiosa não é garantia de liberdade espiritual. É possível ser crente, batizado, contribuinte, colaborador, obreiro, cantor, pregador, sem que na verdade tenha sido liberto.
“Há pessoas que não são salvas e pensam que são salvas” Sproul.
Tais pessoas, além de terem uma religiosidade vazia, também apresentam uma falsa compreensão do favor divino, v. 33.
Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres? ” João 8:33
Os nossos antepassados, que andaram nos caminhos de Deus, não nos garante salvação.
Há pessoas que respondem assim: somos congregacionais, batistas ou presbiterianos. Temos boas doutrinas, fortes ensinos e tradições religiosas.  Fomos os primeiros em língua portuguesa no Brasil, etc. Cuidemos de não estarmos seguros em chão que não salva.
Outros dizem “Deus tem me abençoado, vejam quantas coisas Ele me deu. Quanta prosperidade!”. Cuidemos para não irmos ao inferno cheios de riquezas no coração exatamente por faltar a riqueza de Cristo em nós.

2 -  A GRAÇA DE DEUS LIBERTA O SER HUMANO DA ESCRAVIDÃO DO PECADO, VV. 31, 32.
A liberdade está em conhecer uma coisa: a verdade. Mas não é verdade pregada pela ciência, pelas falsas religiões, pelos movimentos de direitos humanos e com certeza não é a “verdade” divulgada pelos partidos políticos”. A verdade que liberta da escravidão do pecado também não é a minha verdade e nem a sua verdade.
De acordo com a bíblia a verdade se personifica em uma pessoa que é Cristo Jesus. Ele não apenas fala a verdade. Ele declarou ser a verdade.

Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. ” João 14:6
Então só há uma maneira de o ser humano ser liberto da escravidão do pecado: conhecendo a Cristo Jesus.
E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. ” João 17:3
E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. ” 1 João 5:11
Vejam que a bíblia mostra como é a vida de que conhece a Cristo:
a)   Quem conhece a Cristo apresenta uma vida transformada pela palavra de Deus. Assim como o pecado revela seus escravos, aqueles que foram libertos do pecado também se tornam conhecidos.
b)  Quem conhece a Cristo é solo ruim que pela graça salvadora foi transformado em solo bom e agora consegue produzir bons frutos.
c)    Quem conhece a Cristo é alguém que vice em obediência as sagradas escrituras e por isso é conhecido como discípulo de Cristo, 31
d)  Quem conhece a Cristo revela isso pelo amor que tem a Cristo, 42
e)   Quem conhece a Cristo, conhece ao Pai, v. 47.

Do que o ser humano precisa para ter vida? Precisa de Cristo!
Regras de conduta não resolvem o nosso problema; não podemos cumpri-las. Mesmo que Deus nos diga claramente para não fazer alguma coisa, continuaremos fazendo até o final dos tempos.
Sermões também não adiantam; o que nós precisamos é de um Salvador. Mudar nossa mente através da educação não é suficiente, precisamos de uma mudança de coração. O homem descobriu o segredo da força física e o poder da reação nuclear. Agora ele precisa do poder espiritual para libertar-se de si mesmo e ajudá-lo a conquistar e controlar o seu eu; um poder que dê a ele um caráter moral à altura de suas conquistas científicas” Revista Ultimato, citando John Stoot.

Para ser liberto:
1.   É preciso reconhecer que é escravo
2.   É preciso saber que não há atalhos e nem invenções humanas capazes de proporcionar a liberdade espiritual. Somente Cristo liberta.
3.   É preciso lembrar que essa liberdade é um milagre da graça de Deus
Conclusão:

Ao concluir vejo com vocês o v. 59. Percebamos que a atitude daqueles homens revelou tudo o que jesus falou a respeito deles. Foi uma atitude que comprovou que eram mortos e cegos espirituais e por isso, incapazes de vir a Cristo, de amá-lo e obedecê-lo, embora fossem capazes de parar um momento para ouvir com os ouvidos as suas palavras e infelizmente não com o coração.
A mesma ideia se traduz hoje. Ao ouvir a mensagem do evangelho a resposta humana revela a própria situação espiritual. As nossas atitudes do passado e do presente declaram se somos livres ou não.

Então o que vamos fazer? Não devemos agir a semelhança daqueles homens que preferiram pegar em pedras do que se render ao Salvador. Tenhamos atitudes humildes. Nos acheguemos humildemente junto ao trono da graça pois lá o pecador perdido é encontrado. O cego espiritual passa a ver, o morto é ressuscitado e desfruta da vida eterna. Há salvação em Cristo Jesus. Amém!

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